O vôo do falcão!

Eu morei um ano na província de Niigata, numa cidadezinha tranquila de cem mil habitantes. Não dá para dizer que era uma cidade pequena mas, comparada com Tóquio, era bem quieta. Perto das montanhas e morros que cercavam a cidade, eventualmente eu ouvia o pio (canto?) do falcão japonês. Pelo que eu chequei no Wikipédia, o nome certo (provavelmente lusitano) é milhafre japonês (Milvus Migrans). Nomenclaturas a parte, o bicho era 'gente-fina'. Sempre na dele, vigiando de cima para ver se achava o prato do dia. Como nunca me incomodava (ao contrário dos corvos), eu gostava de ver os 'milhafres' voando e piando por aí.

Quando eu fui ao mar, perto de Aichi, vi novamente o bicho, rondando o nosso churrasco. Consegui tirar essas fotos:Sondando a área

Cavalo-de-pau?

Alvo localizado!

Rasante!
Nesta, estava tentando filar um pedaço de lingüiça que caiu no chão.

Torcida organizada!

No Japão, as escolas e universidades dão espaço para os alunos praticarem atividades extracurriculares, organizadas e coordenadas por eles mesmos. Estes grupos de atividades são chamados clubes. Nos clubes, além da prática da atividade em si, seja esporte ou arte, os alunos conseguem se entrosar e desenvolver responsabilidades, já que têm de participar assiduamente das atividades do clube que participa, sob o risco de serem 'convidados' a mudar de atividade se faltarem muito sem um motivo justo.
Como já falei, há todo o tipo de clube: desde poesia, jardinagem até beisebol e artes marciais. Hoje, eu apresento um dos clubes mais interessantes, o de torcida organizada.
E por que não torcida organizada? Afinal, se você vai ter pessoas praticando esportes e representando sua escola ou universidade em competições, nada mais apropriado que ter um grupo que treina constantemente para dar o apoio moral.
A torcida que eu vi era da universidade Hitotsubashi, localizada na periferia de Tóquio. A torcida desta universidade era realmente organizada: uniformes, bandeira gigante e líder. Bom, as imagens falam por si mesmas.

Como não podia deixar de ser, o líder entra e faz uma reverência. Logo depois, começa a canção(?) de torcida. Detalhe, a 'canção' é ininteligível, gritada a plenos pulmões:

É claro, o grupo todo segue: Durante toda a apresentação, temos o acompanhamento de um gigantesco bumbo:
Eventualmente, eu percebi a enorme bandeira da universidade (a gritaria distraía bastante):
Eventualmente o grupo fazia umas poses de efeito. Qual era o efeito procurado, eu não sei, mas era interessante de olhar.A apresentação durou alguns minutos, seguindo mais ou menos esse padrão. Apesar de parecer estranho e até um pouco cômico para os de fora como eu, a atividade era levado muito a sério pelos participantes, em especial pelo líder, que ficou meio 'carrancudo' toda a apresentação.
E então? Que tal formar sua própria torcida organizada? Se estiver pensando no assunto, já tem um modelo interessante para seguir.

Criatividade à beira-mar

O Japão, sendo um país-arquipélago, é constantemente ameaçado pelo poder do mar. Para tentar reduzir um pouco o vigor das ondas, os japoneses resolveram colocar barreiras em todo lugar disponível. Mas qual seria a graça de ter barreiras de pedregulhos ou terra quando se pode ter o melhor que a tecnologia moderna(?) pode oferecer?
Muito provavelmente para aumentar a eficiência e velocidade de montar barreiras, os japoneses escolheram formas geométricas regulares, dispostas como se fossem um gigantesco brinquedo de crianças. Não sei dizer quanto à eficácia do projeto (deve funcionar bem, já que tem aos montes) mas, em termos de estética, com certeza merece as melhores notas.
Graças às barragens criativas, mesmo o litoral parece meio que do futuro. Felizmente, eles têm o bom senso de não soterrar praias de areia, apenas colocando estas monstruosidades nas regiões mais inóspitas do litoral.
Imagino que cada uma dessas 'pecinhas' deva custar tanto quanto pese. Mesmo levando em consideração os benefícios da produção em massa, quanto será que custa cada um?
Por sinal, eu não faço a menor idéia de como se chama isso em português ou japonês. Alguém se habilita?

Ficando por cima!

Até algum tempo por aqui era moda entre as jovens ficar nas alturas, graças a botas, tênis, sandálias e sapatos com plataformas gigantescas. Em casos extremos, havia quem tivesse plataformas de mais de 25 centímetros! Algumas garotas de menos sorte (e coordenação motora) acabavam caindo, chegando a se machucar, o que demonstrava muito bem os riscos que algumas mulheres são capazes de correr para ficar no topo da moda. Felizmente, já faz algum tempo que essa moda não faz sucesso. Ainda assim, ainda dá para achar em algumas lojas calçados remanescentes desta época (não muito) gloriosa e, é claro, pessoas que usam os produtos.
Por sinal, quando se trata de sapatos, há material aqui para todos os gostos, do ultra elegante ao fugitivo do lixão. Eventualmente, coloco foto de outros tipos de sapatos. Por enquanto, ficam os super-plataformas(o que não quer dizer que sejam baratos).

Fusão do novo e do antigo em Tóquio

Esta foto mostra um contraste interessante, que se vê em várias partes do Japão, sendo que Tóquio não é exceção. Aqui temos o templo Zojoji e a torre de Tóquio juntos. Para os que vêm pela primeira vez na cidade, é um passeio que eu recomendo: uma pequena caminhada a partir da estação de Hamamatsucho e você já está lá.